domingo, 26 de fevereiro de 2012

MULHER DE FASES

Seja você mesmo (a) SEMPRE!

Quando iniciamos um relacionamento, é muito natural tentarmos
agradar o outro. Afinal, é a fase da conquista, é tempo de cativar um coração
desconhecido. Para isso, é preciso que haja identificação, harmonia, desejo de
se manterem por perto...No entanto, também é muito natural que, com o
passar do tempo, cada um comece a revelar seus desejos e seu modo de ser, e nem
sempre o que um quer e faz é o mesmo que o outro gostaria ou faria. São duas
pessoas que, por mais que se descubram interessadas mutuamente, têm histórias,
valores e gostos diferentes.Algumas pessoas, ao perceberem que de algum
modo desagradaram ou decepcionaram o outro com sua atitude, escolha ou com a
simples expressão de si mesmas, sentem-se inseguras e com medo de que a relação
termine. Assim, decidem relevar essa vontade para considerar a vontade do
outro.Sem dúvida, saber ceder é uma qualidade admirável. Aliás, cada vez
mais rara, eu diria. Mas é preciso compreender, antes de qualquer coisa, a
diferença, a sutil diferença entre ceder conscientemente e anular-se,
subjugar-se e não ocupar seu lugar nos relacionamentos.Em outras
palavras, o fato é que, numa relação, é preciso aplicar a famosa regra do "nem
8, nem 80". Isto é, equilíbrio é o segredo. E embora nem sempre seja fácil
praticar o equilíbrio, especialmente porque os resultados também dependem do bom
senso do outro, eu diria que com bastante diálogo e disposição para o
amadurecimento, é possível.Dito isso, penso que o verdadeiro problema
nessa questão sobre agradar o outro ou ser a gente mesma é mais profundo. O
buraco é mais embaixo. Acontece que muitas pessoas têm afogado seus desejos,
ignorado seus sentimentos, tapado os ouvidos para sua intuição e fechado os
olhos para si mesmas não como demonstração de maturidade e equilíbrio e, sim,
justamente o contrário: como demonstração de imaturidade, desajustes internos e
de uma enorme urgência em se rever antes de tentar agradar o outro, seja esse
outro quem for.Até porque, convenhamos, uma pessoa que termina fazendo
tudo o que outro quer, está bem longe de ser agradável. Ocupa apenas o lugar de
quem alimenta, além de seus próprios, também os desajustes óbvios do outro. Sim,
claro, quem aceita estar numa relação onde o outro nunca tem vez e sua vontade
tem de ser a soberana, está decididamente demonstrando o outro lado da mesma
moeda! Ou seja, não existe uma vítima e um vilão. Existem dois seres humanos
precisando trabalhar suas individualidades e a capacidade de enxergar a si mesmo
e ao outro como merecedores de algo que faça mais sentido. Que se pareça um
pouco mais com amor.E que nos tornemos cada vez mais cientes de uma
grande verdade: ser a gente mesma não é uma escolha, não é uma ação forçada. É a
suave e natural consequência de um processo de autoconhecimento e, sobretudo, de
saber reconhecer que toda vez que não encontrarmos espaço para expor o que
sentimos e queremos, ou seja, espaço para sermos inteiros e íntegros, então,
essa situação não é real. E não vale a pena ser vivida.Por fim, só
existe um jeito de agradar a pessoa certa, na hora certa e no lugar certo: sendo
quem você é! Enquanto isso não acontecer, enquanto você estiver perdido de si
mesmo, vai continuar atraindo a pessoa errada, na hora errada e no lugar
errado!

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