domingo, 11 de março de 2012

SOMOS TODOS LOUCOS OU NORMAIS???




Somos todos loucos ou normais?



Dizem os especialista que embora tenha focalizado a sua época, Machado de Assis, ao abordar as várias assuntos, acabou por o fazer de tal forma que podem ser olhados com os olhos de hoje e ainda assim vistos como atuais. Este é o caso de o Alienista.
Ao tratar a “loucura”, Machado mostra que, no meio dos normais, há desequilíbrio e, entre os equilibrados, existe sempre um pouco de loucura. Se tomarmos o mundo como é hoje, podemos perguntar o que é loucura e o que é normal? E certamente poderemos responder que depende muito do ponto de vista em que loucura e normalidade sao abordados.
Tal como nos mostra Machado, normalidade é um ponto de vista, mesmo que adotado com princípios científicos. As viradas que o Dr. Bacamarte sofre e protagoniza só nos mostra que o conceito antigo – mesmo para a época de Machado – de loucura nada mais tem a ver com os tempos atuias, desde os tempos que O Alienista foi publicado.
O que o livro parece nos dizer é que, no fundo, todos temos nossas idiosincrasias e, com elas, dependendo de como sejamos olhados, podemos ser considerados perfeitamente normais ou propício a nos transformar em pacientes, aliás, como parte dos habitantes de Itaguaí, onde a história se desenvolve.
Machado de Assis e O Alienista nos mostra que um comportamento absolutamente correto pode, sim, representar uma patologia, daí o fato de o Dr. Bacamarte soltar os loucos e prender os equilibrados. Há, sem dúvida, uma critica ferina aos que cuidam deste tipo de atividade médica, notadamente a voltada para o estudo e o tratamento das fobias e das idiossincrasias que todos temos.
O Alienista pode, assim, ser interpretado como uma crítica, pois coloca em um microcosmos, que é Itaguaí, todas as mazelas que Machado deveria ver na sociedade brasileira, desde o discurso vazio e oportunista dos políticos, passando pela busca do poder e a mudança quando nele se chega. E tudo isso tendo como pano de fundo a loucura, demonstrada em pequenos gestos, em microcomportamentos.
Se abstraírmos a época e o local, vamos ver que O Alienista é completamente atual.

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