sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

SONETO DE FIDELIDADE





Vinicius de
Moraes

Soneto de
Fidelidade



De tudo ao meu amor serei atentoAntes, e
com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se
encante mais meu pensamento.Quero vivê-lo em cada vão momentoE em
seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu
prantoAo seu pesar ou seu contentamentoE assim, quando mais tarde me
procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim
de quem amaEu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja
imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto
dure.
Vinicius de Moraes, "Antologia Poética",
Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.

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