segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Delirios - Olavo Bilac

Um comentário:

  1. Nua, mas para o amor não cabe o pejo
    Na minha a sua boca eu comprimia.
    E, em frêmitos carnais, ela dizia:
    – Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!


    Na inconsciência bruta do meu desejo
    Fremente, a minha boca obedecia,
    E os seus seios, tão rígidos mordia,
    Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.


    Em suspiros de gozos infinitos
    Disse-me ela, ainda quase em grito:
    – Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.


    No seu ventre pousei a minha boca,
    – Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
    Moralistas, perdoai! Obedeci....

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